Capítulo 1 de 11 | Espaço de Acolhimento
A Pressão de Sempre Ter Que Dar Conta de Tudo
O despertador toca e corta o pouco de sono que arrancaste da noite. Além disso, mesmo antes de te levantar, já sentes que o dia será uma corrida sem fim. Pois sabes que precisas dar conta de tudo: do trabalho, das expectativas, das responsabilidades que nunca diminuem.
Não é apenas o barulho que te incomoda, mas também o que ele simboliza: o início de mais um dia em que tu precisas ser suficiente para tudo – e para todos. Porque, de alguma forma, acreditas que só depois de cumprir isso, poderás descansar.
Teus pés tocam o chão frio.
Por um instante, desejas voltar à cama, porém a lista de tarefas já marcha em tua mente, como soldados sem trégua.
Ainda assim, tu te levantas. Tentas afastar o peso dos pensamentos, porém, a lista de obrigações já invadiu tua mente.
Por esse motivo… Café? Quem tem tempo para isso? Um gole de água e o pão amanhecido da noite anterior têm que bastar. Afinal, o relógio não espera – e tu tampouco podes.
O Peso da Suficiência no Trabalho e na Vida
As ruas são um caos: buzinas, rostos apressados, passos ligeiros.
Tudo ao teu redor reflete a tua mente inquieta. Olhas ao redor e te perguntas:
“É assim para todo mundo?”
Enquanto isso, teu telefone vibra sem parar.
Cada e-mail, cada notificação exige algo de ti, como se o mundo dependesse de tuas respostas imediatas. As reuniões atropelam teu tempo, roubam teu espaço, e tua atenção já fragmentada parece insuficiente para dar conta de tudo. É um favor daqui, uma ajudazinha dali, uma opinião acolá.
Quando o almoço chega, acreditas que seja tua chance de resgatar um pouco de leveza. Tentando trazer à tona tuas angústias, chamas um amigo para conversar.
Ele aparece, no entanto está tão apressado quanto tu.
Entre uma garfada apressada e mensagens no celular, ele ouve metade do que tens a dizer, suspira, e te deixa com um:
“É complicado, né? A gente se fala depois.”
E tu voltas ao trabalho, sentindo que o vazio aumentou.
Não é que não sejas importante.
É que o ritmo frenético que não deixa espaço para mais ninguém.
O Silêncio de Casa e a Sensação de Não Dar Conta de Tudo
A noite chega, e com ela a promessa de descanso.
Mas o que te espera é o peso acumulado do dia: a pia cheia, o lixo transbordando, as tarefas não concluídas.
Tu te deitas, entretanto o sono não vem.
No travesseiro, os pensamentos giram como redemoinhos:
“Será que um dia eu vou ser suficiente?”
Ou pior:
“Será que algum dia vou conseguir dar conta de tudo?”
Em algum momento, desistes.
Levantas-te, calças os sapatos e saes.
Não há um destino, apenas o desejo de respirar.
A Porta Que Te Chama: O Convite Para o Descanso
A rua está calma, e o ar da noite é fresco.
Caminhas sem rumo, até que a vês: uma porta simples, com madeira desgastada.
Há uma luz quente que escapa pelas frestas, e o cheiro que vem dali é uma memória: pão quentinho, café passado na hora.
Algo nela te prende.
Hesitas.
“Será mais uma coisa para resolver?” – perguntas a ti mesmo.
Mas um impulso, quase visceral, te leva a girar a maçaneta.
O metal é frio, mas o gesto aquece algo dentro de ti.
Empurras a porta.
O Abraço Que Não Exige Nada
Lá dentro, o calor que te envolve não é apenas físico.
É como um abraço.
A luz suave do ambiente parece feita para te receber.
Não há vozes que te cobram, nem demandas que te aprisionam.
Apenas um espaço que sussurra:
“Tu podes descansar agora.”
Pela primeira vez em muito tempo, teu corpo relaxa.
Não sabes o que te espera além dessa porta, mas algo em ti reconhece: encontraste um lugar para respirar.
O Primeiro Passo Para Se Libertar do Peso de Sempre Ter Que Dar Conta de Tudo
Esse é apenas o começo da jornada.
O tu ainda não sabe, mas a porta que escolheste atravessar é mais do que um refúgio.
É um convite.
Aqui começa a descoberta do que significa viver – não para mergulhar no peso de constatar que quando ser suficiente nunca basta, porém para ser genuinamente humano.
Talvez o problema nunca tenha sido sobre ser suficiente, mas sobre o peso de tentar dar conta de tudo o tempo todo. Se quiseres descobrir o que acontece quando tu simplesmente páras, segue comigo.
Reflexão Final
Tu já sentiste que nunca és suficiente, não importa o quanto faças? Como lidas com isso no teu dia a dia?
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