Juntos Somos Mais Humanos: O Valor da Conexão

Capítulo 12 de 13 | Espaço de Permanência


Tu acordas cedo no refúgio, os primeiros raios de sol atravessando as janelas. Ainda processas o que aprendeste no dia anterior: que olhar para dentro de ti é como abrir uma janela fechada há muito tempo. Tu percebeste que muitas das coisas que carregas no dia a dia nem são realmente tuas, e que deixar ir o que não te pertence cria espaço para a tua essência florescer.

Enquanto te vestes e te preparas para sair, uma pergunta ressoa na tua mente: “E agora? Para onde este caminho me leva?” Tu ainda não sabes a resposta, mas sentes que cada passo nesta jornada está te levando para mais perto de quem tu realmente és.

Quando chegas ao jardim, o Anfitrião já te espera, com o mesmo sorriso tranquilo. Ele te convida a sentar em um banco sob as árvores e, com um olhar sereno, começa:

“Ontem, aprendeste a olhar para ti mesmo e a perceber o que carrega dentro de ti. Hoje, vamos falar sobre o que está ao teu redor – as conexões que dão sentido à tua vida. Porque ser humano não é estar sozinho; é estar com os outros.”


A Ilusão de Estar Sozinho

“Tu te sentes desconectado às vezes, não é?” pergunta o Anfitrião, com a calma de quem já conhece a resposta. “É como se estivesses em um mundo cheio de gente, mas ainda assim, sozinho.”

Tu confirmas com um leve aceno. Ele continua:
“Muitos sentem isso. É fácil esquecer que fazemos parte de algo maior, porque estamos sempre ocupados. Mas deixa-me te explicar algo: tu não estás sozinho – tu nunca estiveste.

Ele aponta para as árvores ao teu redor. “Olha para elas. Cada uma parece estar separada, mas, debaixo da terra, as raízes estão conectadas. Elas compartilham água, nutrientes e até avisos de perigo. É assim que sobrevivem. É assim que crescem. E tu és como essas árvores. Tu precisas das tuas conexões para florescer.”


Por Que Conexão é Essencial?

Ainda sentados no banco sob as árvores, o Anfitrião te fala:
“Quando tu te conectas de verdade com alguém, algo muda dentro de ti. Tu te sentes visto, ouvido e valorizado. Isso não é fraqueza, é parte da tua essência.”

Ele faz uma pausa, deixando-te refletir. Então, ele continua:
“Mas quando tu te desconectas, o que acontece?

  • Tu começas a sentir que precisas carregar tudo sozinho.
  • Tu sentes que ninguém te entende, e isso te isola ainda mais.
  • Tu perdes o sentido do que fazes, porque esqueces que estás aqui para algo maior do que só ti mesmo.”

Essas palavras parecem acertar algo em ti. Talvez porque sejam verdades que evitaste por tanto tempo.


Pertencer Não É Se Encaixar

O Anfitrião levanta uma mão para o céu, como se fosse pegar algo no ar. “Muitos confundem pertencimento com encaixar-se. Mas deixa-me te contar a diferença:

  • Encaixar-se é tentar mudar quem tu és para ser aceito.
  • Pertencer é seres quem tu és e encontrares o teu lugar entre os outros.”

Ele olha diretamente nos teus olhos e diz: “Quando tu tentas te encaixar, tu perdes tua essência. Mas quando tu pertences, tu te conectas com o todo sem deixar de ser tu mesmo.”

Tu percebes que passaste boa parte da tua vida tentando te encaixar – nas expectativas, nos papéis, nas opiniões. Mas agora, pela primeira vez, sentes que podes pertencer sem abrir mão de quem és.


O Que Significa Cativar

O Anfitrião te leva até uma pequena clareira no jardim. Ele se senta ao teu lado e olha para ti com um sorriso tranquilo. Depois de um momento de silêncio, ele fala:
“Tu sabes o que significa cativar alguém?”

Tu balanças a cabeça. Ele explica:
“Cativar é criar laços. É quando tu te tornas importante para alguém, e essa pessoa se torna importante para ti. É como uma ponte entre dois mundos. Antes disso, somos como estranhos – indiferentes uns aos outros. Mas, quando cativas alguém, tu fazes com que o outro te veja, e tu também passas a vê-lo de verdade.”

Ele faz uma pausa. “Mas cativar exige algo que o mundo esqueceu: tempo e paciência. Não se cativa correndo, nem com pressa. É como esperar que uma flor cresça. Precisas estar presente, mostrar que estás ali e, aos poucos, o laço se forma.”


O Que Acontece Quando Cativas e És Cativado

“Imagina uma flor no meio de um campo cheio de flores. À primeira vista, ela não é diferente das outras. Mas, se tu cativas essa flor, se tu passas tempo com ela, se a regas e cuidas dela, ela se torna única para ti. E tu também te tornas único para ela.”

Ele sorri e conclui:
“É isso que acontece quando criamos laços. O outro passa a ser especial para ti, e tu passas a ser especial para ele. Isso muda a maneira como tu vês o mundo, porque cada laço que tu crias te lembra que tu não estás sozinho.”


Uma Prática para Cativar

“Vou te dar uma prática simples,” diz o Anfitrião, com um sorriso leve. “Hoje, pensa em uma pessoa com quem te conectaste no passado, mas com quem perdeste o contato. Alguém que foi importante para ti, mas ficou distante na correria. Envia uma mensagem ou faz uma ligação. Não precisa ser longa, apenas sincera. Diz: ‘Eu pensei em ti hoje. Espero que estejas bem.’”

Ele coloca uma mão no teu ombro e acrescenta: “Conexão não precisa ser grandiosa. Pequenos gestos fazem toda a diferença. E lembra-te: cada vez que tu te conectas, tu também te reconectas contigo mesmo.”


Pertencer é Cativar e Ser Cativado

Enquanto caminhas de volta ao refúgio, sentes que as palavras do Anfitrião te marcaram profundamente. Tu olhas para as árvores novamente e imaginas as raízes conectadas sob a terra. Sentes que, assim como elas, tu fazes parte de algo maior.

E pela primeira vez em muito tempo, tu percebes que não precisas te encaixar – tu já tens um lugar. Porque pertencer não é ser aceito por mudar quem tu és. É seres quem tu és e perceber que isso é suficiente. Tua tarefa, então, é apenas continuar a te autodescobrir.


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