Expandir e Contrair: o movimento natural de quem sente


Talvez tu não esteja exausto por fazer demais, mas por tentar expandir sem ter se recolhido antes.

Por que tantas pessoas se sentem vazias mesmo quando têm tudo?

A resposta não está apenas na correria, nos boletos ou no estresse.
Na verdade, está num lugar mais sutil e profundo:
na ordem dos movimentos que sustentam a vida.

Toda vida pulsa.
E esse pulso é formado por dois ritmos fundamentais:
expandir e contrair.

Porém, quando a gente inverte esse ritmo — quando se expande sem raiz ou se contrai sem propósito — alguma coisa se rompe por dentro.
Consequentemente, o corpo sente.

O corpo sente. A alma grita.
E a vida começa a perder o sentido.


A Contração: amar a ti mesmo antes de tudo

Antes de qualquer coisa, precisamos entender: a contração é o primeiro passo.
Contudo, o mundo moderno faz parecer que ela é sinônimo de fraqueza, preguiça ou até mesmo derrota.

Mas não é.
Pelo contrário, é sabedoria. É origem. É retorno ao que importa.

Contrair é amar a ti mesmo.
É reconhecer que tudo o que tu entrega ao mundo precisa, primeiro, ser entregue e cultivado em ti.

É o momento em que tu recolhe os pedaços, silencia a pressa e ouve o que ficou abafado dentro de ti.

Ou seja, é o tempo da alma se alimentar de si mesma.
É parar de entregar o que tu não tem.

É entender que não se pode salvar o outro quando tu mesmo está te afogando.

Afinal, ninguém ama o próximo com inteireza enquanto vive fragmentado por dentro.
E ninguém sustenta o amor se vive apenas se doando.

Em resumo, contração é o ninho que antecede o voo.
E no CoHerência, a gente começa por aí: com amor próprio, com verdade e com raiz.


A Expansão: amar o próximo com o que já transborda

Depois que tu te reencontra, vem o segundo passo: a expansão.

Agora sim, tu podes sair de ti — não pra te perder, mas pra te oferecer ao mundo.

Expandir é o amor ao próximo.
É quando o que foi cultivado no silêncio vira presença, cuidado, gesto e verdade.

Mais importante ainda, é um amor que nasce do transbordo — não da falta.
É entrega que nasce da abundância — não da obrigação.

Ou seja, é quando tu toca o outro com aquilo que já está vivo em ti.

Sem peso.
Sem máscara.
E sem performance.

Em outras palavras, a expansão só tem sentido quando nasce da contração.
Quando é consequência, e não disfarce.


O problema: quando a ordem se inverte, o vazio cresce

No entanto, o que tem acontecido com o mundo — e com muitos de nós — é que temos invertido essa ordem.

Estamos tentando amar o outro sem nos amar.
Tentando sustentar o mundo sem ter chão em nós mesmos.

Portanto, a expansão vira obrigação.
A contração vira culpa.
E a vida vira exaustão.

É como tentar construir uma casa começando pelo telhado.
Ou acender um fogo com lenha molhada.

Queremos entregar presença sem ter voltado pra dentro.
Queremos dar sentido à vida do outro sem termos sentido na nossa.

E isso, inevitavelmente, alimenta a mentira.

Porque, quando o dinheiro, o status, a produtividade ou até mesmo o amor ao próximo vêm antes da consciência de quem tu és, tudo se torna fachada.

Contudo, quando a tua consciência vem primeiro,
essas coisas se tornam ferramentas.

Viram extensão da tua verdade.
Viram ponte — e não prisão.


A literatura já sabia disso antes da gente nascer

Curiosamente, a boa literatura segue o mesmo ritmo:
expansão e contração.

Um parágrafo explode, o outro silencia.
Uma cena é movimento, a outra é pausa.
Um capítulo é ação, o outro é mergulho.

Portanto, não há narrativa viva feita só de fazer.
E não há profundidade que aconteça sem recolhimento.

A arte sabe disso.
O corpo sabe.
A alma sempre soube.
Mas a gente esqueceu.


O ritmo da humanidade genuína é coerente

Coerência não é equilíbrio forçado.
É fluxo natural.

É saber que tu não precisa estar sempre forte, sempre disponível, sempre sorrindo.
Tu só precisa estar presente com o que é verdadeiro hoje.

Se hoje é dia de contrair, contrai com amor.
Se amanhã for dia de expandir, expande com coragem.

Mas sempre nessa ordem: primeiro tu, depois o mundo.

Esse é o ritmo da humanidade genuína.
Esse é o pulso do CoHerência.


E o teu ritmo, como anda?

Tu tens conseguido parar… ou só sabe correr?

Se quiser compartilhar, o espaço abaixo é pra isso: pra trocar, pra respirar, pra lembrar que não tá sozinho(a).

Ou manda a carta, a gente vai adorar ler, lembra?

Conta com a gente: em que parte do teu ciclo tu tá agora – expansão ou contração?


Tu pode caminhar por onde quiser. Mas se quiseres seguir a trilha como ela foi pensada, aqui, sempre encontrarás o próximo texto e o texto anterior

<Voltar ao blog


Esta página pertence ao blog CoHerência.
Todos os direitos reservados.

Deixe um comentário