Imagina o mundo como uma grande tapeçaria.
Não uma daquelas feitas para serem admiradas de longe, mas uma que se sente com as mãos, se pisa com os pés, se vive com o corpo inteiro. Cada fio tem uma cor, uma textura, uma origem.
E, ainda assim, a gente insiste em valorizar um ou dois tipos de fio como se fossem os únicos que importam.
O problema não está na diversidade.
O problema está na forma como a gente reage a ela.
Nos ensinaram que a humanidade deveria ser uniforme, encaixável, fácil de rotular.
Mas isso é mentira. A diversidade é a regra, não a exceção.
E talvez essa seja uma das verdades mais incômodas que a gente precisa encarar.
A beleza que não queremos ver
A gente finge que não vê. Mas a tapeçaria está ali: escancarada, vibrante.
Só que, em vez de contemplar, a gente tenta desfiar o que é diferente.
Pessoas negras, indígenas, trans, autistas, gordas, pobres, com deficiência, com fé ou sem fé… todos os fios que não seguem a trama “esperada” são colocados à margem.
Mas o que seria dessa tapeçaria se todos os fios fossem da mesma cor?
Da mesma espessura?
Da mesma origem?
Seria uma esteira.
Reta.
Monótona.
Sem vida.
A diversidade não é um tema. É uma realidade.
Humanidade não é padronização. Humanidade é colisão.
De ideias, de corpos, de culturas, de jeitos de amar e de viver.
E cada uma dessas colisões é uma oportunidade de crescer.
Mas crescer dá trabalho.
Crescer exige sair de si e enxergar o outro como legítimo em sua diferença.
E é mais fácil fingir que a diversidade é “moda” do que admitir que ela é
a verdade mais antiga da humanidade.
Não é sobre tolerar. É sobre reconhecer.
Essa categoria não nasceu para falar de inclusão como se fosse favor.
Ela nasceu para afirmar, com todas as letras:
Tu não és mais humano que o outro só porque ele é diferente de ti.
Não queremos te convencer. Queremos te desconstruir.
Não é sobre igualdade que apaga as diferenças.
É sobre equidade, que reconhece o valor de cada cor dessa tapeçaria viva.
O Convite
Então, se quiseres continuar nessa jornada, prepara-te para ouvir.
Mas ouvir de verdade.
Sem filtro.
Sem manual de etiqueta.
Sem medo de que o outro te desafie.
Porque vai desafiar.
E é exatamente aí que está a beleza:
Na verdade incômoda de que a diversidade não precisa ser aceita. Ela só precisa ser vista.
O Espaço da Churrasqueira é esse
É aqui que a gente confronta as ilusões.
É aqui que deixamos a carne da verdade assar até que fique impossível de engolir sem refletir.
Aceitar a diversidade não é sobre tolerância. É sobre reconhecer a realidade.
A pluralidade de corpos, mentes, afetos, modos de viver, de crer, de existir —
isso é a humanidade.
A pergunta certa
A questão não é mais:
“Por que falar sobre diversidade?”
A pergunta certa é:
Como conseguimos fingir, por tanto tempo, que a diversidade era um desvio — e não a própria origem da nossa espécie?
Se essa pergunta te incomoda…
Bem-vindx à churrasqueira.
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