Um passeio pelo que me constrói por dentro.
Do que as pessoas gostam?
Se tu perguntar por aí o que as pessoas gostam,
as respostas já vêm prontas:
Gosto de viajar.
De comer bem.
De ver série no sofá com ar-condicionado.
Gosto de ganhar presente.
De ver meu time ganhar.
De comprar o que eu quero, na hora que quero.
Gosto de estar certo.
De ser elogiado.
De ter razão.
Gosto quando o outro pensa como eu.
Quando tudo sai do jeito que eu imaginei.
Gosto de ter controle.
De ser reconhecido.
De não precisar me explicar.
E tudo isso… tem gosto mesmo.
Não é que seja errado, ruim ou proibido.
É só que… às vezes para por aí.
O que me constrói?
Mas e quando a gente mergulha um pouco mais fundo?
Quando a pergunta deixa de ser “o que me dá prazer?”
E passa a ser:
“O que me constrói?”
Aí a resposta muda.
E muda bonito.
Eu gosto
Gosto do cheiro de bolo no forno.
Do barulho da chuva no telhado.
Do riso que escapa entre amigos.
Do abraço que não tem pressa de acabar.
Gosto de saber que alguém pensou em mim quando ouviu uma música.
Gosto de me perder numa conversa boa.
Gosto de pisar descalço num chão conhecido,
e ser, por um segundo, só isso: alguém que pertence.
Gosto do que me aquece.
Do que me devolve.
Do que me constrói sem pressa, mas com verdade.
Gosto de viver de verdade
Sempre que alguém me pergunta:
“O que tu gostas?”
O mundo espera que eu responda coisas:
comida, lugares, filmes, hobbies, estilos.
Mas no fundo, o que eu gosto mesmo…
não são coisas.
São estados.
Gosto do que me humaniza.
Gosto do que me devolve a mim mesmo.
Do que me faz sentir vivo e inteiro.
Do que me ensina sem humilhar.
Do que me corrige sem ferir.
Do que me mostra o erro como uma chance — não como sentença.
Gosto do que me humaniza
E aí eu percebi uma coisa simples, mas que mudou tudo:
“O que eu gosto é tudo aquilo que me constrói.”
Aquilo que me torna mais leve, mais verdadeiro, mais capaz de amar.
Aquilo que me aproxima da paz, da minha fé, da minha essência.
Aquilo que me ajuda a ser mais justo, mais humano, mais coerente.
Gosto daquilo que alimenta a minha saúde — física, emocional, espiritual.
Gosto do que me ensina a parar, a ouvir, a cuidar.
Gosto do que me faz rir alto e chorar limpo.
E se algo me destrói, me seca, me endurece, me afasta dos outros ou de mim mesmo…
…então não,
isso eu não gosto.
Mesmo que eu pense que sim.
Hoje eu sei
O que eu gosto é aquilo que me constrói por dentro.
O resto…
é ruído disfarçado de prazer.
E tu, Afinal?
E tu?
Já paraste pra pensar no que tu realmente gostas?
Mas não no que tu dizes por hábito, ou porque combina contigo no papel…
Falo do que te devolve ao teu melhor.
Ao teu mais puro.
Ao teu mais humano.
Se não souber a resposta ainda, senta um pouco.
A casa tá aberta.
E às vezes… é só no silêncio que a gente consegue ouvir o que o coração gosta de verdade.
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