Tu já sabes. E agora dói.
Se tu estás aqui, é porque alguma coisa que tu vinha empurrando com a barriga finalmente parou de caber.
A negação já não dá conta. A verdade passou a gritar dentro de ti.
E quando a verdade grita, o primeiro som que tu soltas é a raiva.
Mas não é só uma irritaçãozinha, não. É raiva mesmo.
Raiva da vida. Raiva das escolhas. Inclusive, raiva do tempo que tu perdeste. Raiva das pessoas que tu agradou. Raiva do que tu não viveu.
É o momento em que tu entendes o quanto te traiu pra caber onde nunca era pra tu estar.
Como a raiva se apresenta?
- Tu te revoltas com tudo. Com a rotina. Com os outros. Com Deus. Contigo mesmo.
- Tu começas a reclamar de coisas que sempre aceitaste calado.
- Tu gritas ou calas, mas por dentro estás explodindo.
- Tu queres jogar tudo pro alto. Terminar tudo. Mudar tudo. Sumir.
Por que essa raiva vem?
Porque tu começas a perceber o quanto foi conivente com a tua própria prisão.
Porque tu aceitou menos. Se calou. Se submeteu. Te apagou.
E agora que tu sabes disso, o sangue ferve. O coração se embrulha. A cabeça entra em colapso.
Tu olhas pra trás e não te reconheces.
E essa versão antiga de ti, que tu mesmo criou, passa a ser o alvo da tua raiva.
O perigo da raiva
A raiva, se não for canalizada, te paralisa ou te destrói.
Tu passas a reagir a tudo — e a não construir nada. Tu brigas com quem não entende teu processo.
E te afasta de quem te quer bem.
Tu te vinga de ti mesmo, se sabotando.
O que fazer quando a raiva chega?
Tu não vais eliminá-la.
Mas tu podes direcioná-la.
Segue esse passo a passo simples e funcional:
1. Reconhece tua raiva sem culpa
Ela não te faz ruim. Ela só mostra que tu despertaste.
Objetivo: não te julgar por estar sentindo o que é legítimo.
2. Faz exercício físico, mesmo leve
Caminha. Faz alongamento. Bate almofada. Mas tira essa energia do corpo.
Objetivo: evitar que a raiva te consuma por dentro.
3. Escreve uma carta pra ti antigo
Diz tudo que tu nunca teve coragem de dizer. Sem filtro. Depois queimar é opcional.
Objetivo: começar o processo de separação entre quem tu eras e quem tu queres ser.
4. Evita tomar decisões definitivas
Esse não é o momento de pedir demissão, terminar casamento, vender tudo.
Objetivo: proteger teu futuro das decisões movidas só pela dor.
5. Cria um “manual do que não aceito mais”
Escreve 3 coisas que tu não vais mais permitir na tua vida.
Objetivo: transformar a raiva em limite saudável.
O que vem depois?
Depois da raiva vem a barganha.
É quando tu tentas fazer acordos com o mundo, com Deus, contigo mesmo… pra ver se dá pra mudar tudo sem ter que perder nada.
Mas isso é o próximo passo.
Hoje, tu só precisas não deixar tua raiva te destruir.
E agora?
Se tu estás com raiva, é porque tu acordaste. A raiva é um bom sinal. Não um destino, mas um caminho. E é tu quem decide se vai te afogar nela… ou usá-la como impulso pra te reconstruir.
Tu pode caminhar por onde quiser. Mas se quiseres seguir a trilha como ela foi pensada, aqui, sempre encontrarás o próximo texto e o anterior.
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