Fase da Depressão: Quando tu descobres que não tem volta


Chega um momento em que a ficha cai.

A negociação não deu certo.
A ponte entre o velho e o novo desmoronou.
E tu estás sozinho no meio do caminho.

Não tem mais volta.

Mas também não tem chão firme adiante.
Tu só sabes o que não quer mais…
Mas ainda não consegues sustentar quem tu queres ser.

Esse é o buraco.


Como a depressão se apresenta?

  • Um cansaço profundo, que não passa com sono.
  • Um vazio que nem Deus parece preencher (e Ele está aí).
  • Uma sensação de que tu perdeste tudo e ainda não ganhaste nada.
  • Uma ausência de motivação pra fazer o que antes fazia sentido.
  • Uma apatia em relação ao mundo e até a ti mesmo.

O que tu estás realmente vivendo aqui?

O luto da identidade falsa.
A versão que tu vestias morreu.
E o teu corpo, tua mente e teu coração precisam processar essa perda.

É nesse ponto que muitos desistem.

É nesse ponto que muitos voltam atrás.

Voltam pro emprego que odiavam.

Pro relacionamento que sufocava.

Pro sistema que adoece.

Pra rotina que mata.

Porque, no fundo, sentir-se nada parece pior do que continuar sendo o que não se é.


A verdade dura da depressão

Essa dor não é sinal de fraqueza.
É sinal de que tu estás no caminho certo.

É sinal de que a armadura caiu.
E agora tua pele está exposta.
E só se cura o que está exposto.

É aí que começa o verdadeiro retorno.


O que fazer nessa fase?

Essa fase é de luto, mas não é o fim.
É atravessamento.
E tu podes sim te mover, mesmo que devagar.

1. Aceita o vazio sem tentar preenchê-lo

Ele não é o fim. Ele é o intervalo entre uma vida e outra.
Objetivo: parar de lutar contra o que é inevitável.

2. Te permite sentir, sem julgar

Tristeza, raiva, frustração, cansaço… são válidas. Sente.
Objetivo: permitir a cura emocional.

3. Cria rituais mínimos de autocuidado

Levanta, toma banho, caminha, se alimenta. Mesmo sem vontade.
Objetivo: lembrar teu corpo que tu queres viver.

4. Evita decisões definitivas

Agora não é hora de mudar de cidade ou terminar um casamento. É hora de te observar.
Objetivo: preservar tua clareza futura.

5. Fala com alguém que te escuta de verdade

Não pra resolver, mas pra acolher.
Objetivo: romper o ciclo do isolamento.


O que vem depois?

Depois dessa fase, tu já não és mais quem tu eras.
Mas ainda não sabes direito quem tu és.

É como estar no escuro, tateando os contornos do teu novo eu.
E é aí que surge a verdadeira oportunidade: reconstruir.


E agora?

Não tenta sair correndo desse lugar. Vive ele. Vive com dignidade, com presença. Porque é nesse vale que tu vais começar a ver a luz — não fora, mas dentro de ti.


Tu pode caminhar por onde quiser. Mas se quiseres seguir a trilha como ela foi pensada, aqui, sempre encontrarás o próximo texto e o anterior.

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