Aceitar não é desistir. Não é se conformar. Tampouco é concordar com tudo o que aconteceu.
Aceitar é parar de lutar para voltar a ser quem tu eras — e te permitir existir, mesmo sem saber ainda quem tu vais ser.
A fase da aceitação chega quando o cansaço de resistir à dor se torna maior do que o medo de enfrentá-la.
Não há mais força para manter as aparências.
Não há mais energia para fingir que tu dás conta.
A dor agora não é mais uma inimiga que precisa ser calada. Ela é o que é. E tu começas, enfim, a escutá-la.
Aceitar é abrir mão da necessidade de ter todas as respostas.
É dar lugar à humildade de reconhecer que tu não sabes quem tu és, mas sabes que não podes mais continuar sendo quem tu não és.
É aqui que o luto termina.
Mas não com fogos, nem vitórias espetaculares. Ele termina com uma rendição. Silenciosa. Inteira. Autêutentica. Onde a dor ainda está, mas ela não domina mais.
Aqui tu começas, pouco a pouco, a perceber que ainda existe vida dentro de ti. Uma vida que não depende mais de se encaixar, de agradar, de provar nada. Uma vida simples. Que sente, que respira, que descobre.
É aqui que este espaço, o CoHerência, passa a fazer sentido a ti.
É nesse solo vazio que começam a brotar as sementes da tua verdade. Não porque tu te reinventaste, mas porque tu paraste de lutar contra o que já habitava em ti.
Passos Práticos Para Essa Fase:
- Nomeia o que tu sentes. Começa a colocar nome nas tuas emoções. Sem julgamento. Raiva, medo, tristeza, gratidão. Tudo cabe. Tudo conta.
- Reduz os ruídos. Diminui o consumo de conteúdo, as cobranças externas, o excesso de opiniões. A tua verdade não se revela na pressa, mas no silêncio.
- Cria um espaço para ti. Um tempo do dia. Um lugar da casa. Um papel em branco. Um bloco de notas. Um café em silêncio. Te encontra contigo diariamente.
- Honra o que tu deixou ir. Não nega. Não ridiculariza. Agradece às versões antigas que te trouxeram até aqui. Mas não volta pra buscá-las. Elas já cumpriram o papel delas.
- Permite-te reaprender a ser e a viver como és. Vai chegar a hora de reaprender a viver, a trabalhar, a se relacionar, a confiar. Permite-se começar. Um passo por dia.
E Agora?
A verdade é que tu não vais voltar a ser quem eras.
E isso é uma notícia maravilhosa.
Porque a pessoa que tu estás prestes a descobrir… é quem tu sempre foste, mas nunca tinhas tido coragem de ser.
E essa decisão é de ser quem tu és, só tu podes tomar.
Tu pode caminhar por onde quiser. Mas se quiseres seguir a trilha como ela foi pensada, aqui, sempre encontrarás o próximo texto e o anterior.
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