A Igualdade É um Ideal Inalcançável – Só a Equidade Faz Sentido


“Todos são iguais perante a lei.”
A frase é bonita, parece justa, parece suficiente. Mas na prática, ela não se sustenta.

Porque a humanidade não é igual.

A humanidade é diversa, multiforme, multicolorida.

Como tratar pessoas diferentes de forma igual?
Como garantir os mesmos direitos sem considerar que cada um parte de um ponto diferente?

A igualdade é um ideal inalcançável porque, para existir de verdade, ela precisaria ignorar tudo o que nos torna humanos: as diferenças, as histórias, as vivências, os contextos.

E é por isso que só a equidade faz sentido.


Igualdade: Uma Regra Que Não Funciona Para Todos

Imagina um grupo de pessoas diante de um muro alto.
Todas querem ver o que está do outro lado.

A igualdade diria:
“Dê a cada um um banquinho da mesma altura.”

Parece justo, né?

Mas e se algumas dessas pessoas forem mais baixas do que as outras?

E se algumas precisarem de mais do que um banquinho para alcançar a visão que outros já têm naturalmente?

A equidade, por outro lado, reconhece que as pessoas não partem do mesmo ponto.
Ela não distribui recursos de forma igual.
Ela distribui de forma justa.

  • Quem precisa de mais suporte, recebe mais suporte.
  • Quem já tem privilégios estruturais, não precisa de reforço extra.
  • Quem sempre teve acesso, pode agora dar espaço para quem nunca teve.

Isso não é dar vantagem para ninguém.
É corrigir um sistema que nunca foi feito para todos.


Se a Igualdade Fosse Real, A Luta Não Existiria

Se a igualdade fosse suficiente, não precisaríamos de:

  • Cotas raciais e sociais → Porque o racismo e a desigualdade histórica não existem.
  • Leis de proteção às mulheres → Porque violência de gênero seria só um detalhe.
  • Direitos trabalhistas para PCDs → Porque a acessibilidade seria universal.
  • Programas de distribuição de renda → Porque ninguém nasceria condenado à pobreza.

Mas esses mecanismos existem porque a igualdade não acontece sozinha.
Porque sem a equidade, ela nunca se tornará real.


O Problema de Acreditar Apenas na Igualdade

A igualdade é um conceito estático. Ela parte do princípio de que todos já estão no mesmo nível.

A equidade é um conceito dinâmico. Ela entende que algumas pessoas precisam de mais para chegar no mesmo lugar que outras.

  • A igualdade ignora as diferenças.
  • A equidade as reconhece e age para equilibrá-las.

A igualdade diz: “Tratemos todos da mesma forma.”

A equidade responde: “Mas nem todo mundo tem as mesmas condições para ser tratado igual.”

E é por isso que insistir na igualdade cega perpetua desigualdades.


O Que Tu Fazes Com Teus Privilégios?

Se tu nunca precisaste pensar sobre equidade, talvez seja porque tu nunca foste diretamente afetado pela falta dela.

Se tu nunca te sentiste excluído, silenciado, invisibilizado…
Se tua identidade nunca foi questionada…
Se tua cor, teu gênero, tua condição nunca definiram se tu tinhas direitos básicos ou não…

Então tu tens privilégios.

E isso não é um problema.
O problema é não reconhecer que eles existem.

  • Tu podes usá-los para amplificar vozes que foram silenciadas.
  • Tu podes entender que a equidade não é um “favor” – é um ajuste necessário.
  • Tu podes parar de repetir que “todos são iguais” quando a realidade te prova o contrário.

O CoHerência e a Quebra do Paradigma da Igualdade Cega

O CoHerência não acredita na igualdade como solução.
Porque a igualdade não existe sem equidade.

  • Porque ignorar as diferenças não nos une – nos distancia.
  • Porque corrigir desigualdades históricas não é criar privilégios, é devolver direitos.
  • Porque a equidade não ameaça ninguém – ela fortalece a humanidade.

Se queremos um mundo genuinamente humano, precisamos parar de buscar uma igualdade que nunca existiu.

E começar a construir uma equidade que transforma realidades.

VIVE E DEIXA VIVER.


u pode caminhar por onde quiser. Mas se quiseres seguir a trilha como ela foi pensada, aqui, sempre encontrarás o próximo texto e o anterior.

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