“O amor entre mulheres sempre existiu. O mundo apenas demorou a aceitá-lo.”
1️⃣ O Que Significa Ser Lésbica?
Ser lésbica significa ser uma mulher que sente atração emocional, romântica e/ou sexual por outras mulheres. Mas essa definição é apenas um ponto de partida, porque a vivência lésbica é diversa, plural e cheia de nuances.
Muitas pessoas acreditam que todas as lésbicas são iguais, mas a verdade é que existem diferentes formas de ser lésbica:
🔹🔹 Lésbicas trans → Mulheres trans que se relacionam com outras mulheres (cis ou trans). A identidade lésbica está na vivência do gênero, e não no corpo de nascimento. Mulheres trans que amam mulheres fazem parte do universo lésbico.
🔹 Boicetas → Lésbicas que não se relacionam afetivamente ou sexualmente com mulheres trans. Algumas têm essa visão por ideologias, outras por preferências pessoais. Importante lembrar que não existe lesbianidade “certa” ou “errada”, mas toda identidade precisa ser vivida sem deslegitimar a do outro.
🔹 Caminhoneiras → O estereótipo clássico da lésbica masculinizada, mas que na realidade abrange mulheres de diversas expressões de gênero. Muitas caminhoneiras desafiam a noção de feminilidade imposta, mas sem abrir mão de sua identidade como mulheres.
🔹 Lésbicas femme → Mulheres lésbicas que expressam sua feminilidade de forma tradicional. Muitas vezes invisibilizadas, são frequentemente questionadas (“Mas você nem parece lésbica!”) e sofrem com a hipersexualização.
🔹 Butch, stud, soft butch → Lésbicas que transitam entre masculinidades diversas, desde as mais sutis até as mais expressivas. A estética e a identidade de gênero são diferentes, mas o desejo e a atração por mulheres as unem.
🔹 Lésbicas não binárias → Algumas pessoas que se identificam como não binárias ainda se sentem parte da vivência lésbica, pois sua atração e identidade estão historicamente ligadas a esse universo.
🔹 Outras formas de ser lésbica → Em diferentes partes do mundo, surgiram novas maneiras de se definir dentro do universo lésbico. Cada mulher tem o direito de definir e viver sua lesbianidade conforme sua experiência.
A identidade lésbica não se resume a uma única experiência, e é justamente essa pluralidade que a torna tão rica.
2️⃣ A História Apagada das Mulheres Lésbicas
A sociedade sempre tentou apagar a existência das lésbicas. Em muitas culturas antigas, o amor entre mulheres existia, mas não era nomeado, o que dificultava seu reconhecimento como algo legítimo.
Durante séculos, o lesbianismo foi invisibilizado, tratado como “falta de um homem” ou como algo “não real”. Isso ocorreu porque o patriarcado não conseguia conceber a ideia de mulheres existindo sem precisar dos homens.
🔹 Antiguidade – Mulheres lésbicas eram aceitas em algumas culturas, mas nunca com a mesma liberdade que os homens gays.
🔹 Idade Média – Relatos de amor entre mulheres aparecem em cartas, poesias e diários, mas a sociedade negava sua existência.
🔹 Século XX – O lesbianismo passou a ser visto como uma “doença”, levando muitas mulheres a serem submetidas a “correções” médicas e tratamentos abusivos.
🔹 Movimentos LGBTQIA+ – Nos anos 60 e 70, com a ascensão do feminismo, as lésbicas começaram a se organizar e reivindicar seus espaços.
A história lésbica não é feita apenas de dor, mas também de resistência. A luta pela visibilidade e reconhecimento ainda continua.
3️⃣ Os Mitos e Estereótipos sobre Lésbicas
Muitas ideias erradas ainda cercam a identidade lésbica. Aqui estão alguns dos mitos mais comuns:
📌 “Toda lésbica odeia homens.”
🚫 Falso! O fato de não sentirem atração romântica ou sexual por homens não significa que as lésbicas os odeiem.
📌 “Lésbicas só estão esperando o homem certo.”
🚫 Falso! O lesbianismo não é falta de opção, nem algo que se “cura” com um relacionamento heterossexual.
📌 “Mulheres lésbicas não podem ter filhos.”
🚫 Falso! Muitas lésbicas são mães, seja por reprodução assistida, adoção ou maternidade compartilhada.
📌 “Se é feminina, não pode ser lésbica.”
🚫 Falso! A forma como alguém se veste ou age não define sua orientação sexual.
📌 “Duas mulheres não podem ter um relacionamento sério.”
🚫 Falso! Lésbicas constroem relações duradouras e cheias de amor, assim como qualquer outra pessoa.
4️⃣ A Realidade de Ser Lésbica Hoje
Apesar dos avanços, ser lésbica ainda significa enfrentar desafios diários:
💔 Correção Forçada: Muitas lésbicas sofrem pressões familiares para se relacionarem com homens, ouvem que “ainda não encontraram o cara certo” ou enfrentam “estupros corretivos” em alguns lugares.
💔 Invisibilidade Social: Filmes, séries e até conversas cotidianas tratam o amor entre mulheres como algo invisível ou fetichizado.
💔 Preconceito no Trabalho: Muitas lésbicas sentem que precisam esconder sua sexualidade para evitar discriminação profissional.
💔 Falta de Representatividade: A sociedade insiste em mostrar um modelo único de mulher, excluindo as experiências lésbicas da narrativa principal.
A boa notícia é que a luta lésbica nunca esteve tão forte. Hoje, mais mulheres assumem publicamente sua sexualidade, ocupam espaços e resgatam a história apagada do lesbianismo.
5️⃣ Como Construir um Mundo Melhor para Mulheres Lésbicas?
O respeito começa quando aceitamos as identidades como elas são. Algumas atitudes que fazem a diferença:
✅ Respeitar os casais lésbicos sem fetichizá-los.
✅ Dar visibilidade para histórias de mulheres lésbicas.
✅ Não questionar a sexualidade delas ou tentar “corrigi-las”.
✅ Criar espaços seguros onde lésbicas possam existir sem medo.
Porque, no final, todo amor é válido. E o amor entre mulheres sempre existiu.
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📌 O Mundo para as Mulheres Lésbicas
Se o mundo fosse feito para lésbicas, o amor entre mulheres nunca teria sido visto como um erro, um fetiche ou uma fase.
Neste mundo:
💜 Lésbicas cresceriam sabendo que seus sentimentos são normais e naturais.
💜 O lesbianismo não seria apagado dos livros de história, das escolas ou das conversas cotidianas.
💜 Filmes, séries e novelas mostrariam casais lésbicos como protagonistas sem cair em estereótipos ou tragédias.
💜 O medo de andar de mãos dadas na rua não existiria.
💜 O respeito viria sem questionamentos ou tentativas de correção.
🔹 Ninguém estranharia mulheres que vivem juntas.
🔹 Casais lésbicos teriam os mesmos direitos e reconhecimento que casais heterossexuais.
🔹 A sexualidade delas não seria reduzida a um fetiche masculino.
Se o mundo fosse feito para lésbicas, o casamento entre duas mulheres não precisaria ser reivindicado como um direito, porque nunca teria sido negado.
Se o mundo fosse feito para lésbicas, a masculinidade ou feminilidade de uma mulher não definiriam sua identidade, e todas teriam espaço para existir sem serem questionadas.
Se o mundo fosse feito para lésbicas, as mulheres trans lésbicas nunca teriam sua identidade invalidada, e poderiam amar e ser amadas sem precisar lutar para serem reconhecidas.
Neste mundo, o amor seria amor, sem precisar de justificativas.
Mas, enquanto esse mundo não existe, a luta continua.
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Um ponto de partida
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