“O amor não enxerga rótulos, mas a essência de quem a pessoa é.”
A pansexualidade ainda é um conceito pouco compreendido, muitas vezes confundido com bissexualidade ou tratado como algo irrelevante. Mas ser pansexual não é apenas “gostar de todo mundo” ou “não ter preferência”—é uma forma única de experienciar atração que rompe com os padrões tradicionais de gênero.
1️⃣ O Que Significa Ser Pansexual?
A pansexualidade é uma orientação sexual caracterizada pela atração por pessoas independentemente de seu gênero ou identidade de gênero. Isso significa que alguém pansexual pode sentir atração por:
✔ Homens cis
✔ Mulheres cis
✔ Pessoas trans (homens e mulheres)
✔ Pessoas não binárias, gênero-fluido, agênero e outras identidades de gênero
A grande diferença em relação à bissexualidade é que, enquanto muitas pessoas bissexuais sentem atração por dois ou mais gêneros (normalmente dentro da lógica binária de “homem/mulher”), a pansexualidade rompe totalmente essa barreira. Para uma pessoa pan, gênero não é um fator determinante na atração.
2️⃣ O Mito da Indiferença: “Se Gênero Não Importa, Então Pansexuais São ‘Cegos para o Gênero’?”
Não, a pansexualidade não significa ignorar a identidade de gênero das pessoas. Pessoas pansexuais reconhecem e respeitam os gêneros dos outros, mas não enxergam isso como um fator limitante para sua atração.
Por exemplo:
🔹 Uma pessoa pansexual pode se apaixonar por um homem trans sem considerar a transgeneridade dele um impeditivo ou um fator determinante.
🔹 Pode se sentir atraída por alguém não binário sem precisar “encaixá-lo” em um gênero.
🔹 Pode ter um histórico de relacionamentos com pessoas de gêneros completamente distintos sem que isso signifique uma “fase” ou uma “confusão”.
3️⃣ A Invisibilidade da Pansexualidade
Pessoas pansexuais frequentemente enfrentam apagamento e invalidação dentro e fora da comunidade LGBTQIA+. Isso acontece porque a sociedade ainda enxerga a sexualidade de forma binária, onde existem apenas duas possibilidades: heterossexualidade ou homossexualidade.
🔹 Alguns dizem que pansexualidade “é a mesma coisa que bissexualidade”, o que não é verdade.
🔹 Outros afirmam que pansexuais “só querem atenção”, como se a orientação fosse inventada.
🔹 E há aqueles que acreditam que uma pessoa pansexual é promíscua, porque sente atração por uma gama mais ampla de pessoas.
Esse apagamento pode levar a experiências de solidão, incompreensão e até autossabotagem. Muitas pessoas pansexuais passam anos tentando “se encaixar” em rótulos mais conhecidos, antes de entenderem sua própria identidade.
4️⃣ Como é a Experiência Pansexual no Mundo Real?
📌 No namoro → Muitos parceiros(as) sentem insegurança por não entenderem a pansexualidade e acham que “não são suficientes”.
📌 Na família → Muitas vezes, precisam “explicar duas vezes”: primeiro a sexualidade em si e depois o fato de não ser “apenas bissexual”.
📌 Na sociedade → Invisibilidade é uma luta constante, especialmente porque a sexualidade pan não “aparece” da mesma forma que outras identidades.
Apesar disso, a pansexualidade representa a liberdade de amar além das barreiras que a sociedade impõe. Amar não é sobre gênero, rótulo ou caixa—é sobre conexão genuína.
🌎 Como Seria Um Mundo Feito para Pessoas Pansexuais?
Agora, imagina um mundo onde gênero não define nada. Onde ninguém precisa justificar quem ama.
📌 Neste mundo, um casal pode ser composto por qualquer combinação de pessoas, sem que ninguém pergunte “mas quem é o homem e quem é a mulher da relação?”.
📌 Aqui, você não precisa de uma “conversa difícil” para explicar sua identidade para um parceiro ou parceira.
📌 O conceito de “atração” é visto pelo que realmente é: um fenômeno natural e pessoal, sem rótulos pré-fabricados.
📌 O mercado de namoro não teria caixinhas de “homem/mulher” para você marcar. Ao invés disso, as pessoas se conectariam pela afinidade, química e valores.
📌 Na escola, crianças aprenderiam desde cedo que amor não tem molde fixo. Em vez de serem ensinadas que meninos namoram meninas e vice-versa, seriam incentivadas a respeitar todas as formas de afeto.
📌 Na mídia, os casais pansexuais não seriam tratados como “exóticos” ou “fora da curva”, mas simplesmente como parte da diversidade natural da humanidade.
📌 Na política, não haveria debates sobre “quem pode amar quem”. Direitos seriam garantidos sem que minorias precisassem lutar por reconhecimento.
📌 No trabalho, você não precisaria esconder seu relacionamento por medo de ser julgado. A identidade sexual seria vista como um aspecto pessoal, sem impacto na sua competência profissional.
📌 A sociedade teria mais diálogos sobre sentimentos e conexões, e menos sobre caixas e rótulos.
Esse seria um mundo onde o amor é o que importa, sem que ninguém precise se justificar.
Talvez ainda estejamos longe de viver essa realidade, mas cada passo em direção ao respeito e à visibilidade pansexual já é um avanço rumo a um mundo mais genuinamente humano.
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