Eu Não Quero Mais Me Perder a Ponto de Achar Que Eu Sei


Sim

Eu já achei que sabia.

Já defendestes certezas como quem segura uma âncora no meio de uma tempestade?

Isso, sem perceber que o peso que tu chamavas de firmeza era o que te afundavas?

Sim. Eu já olhei para o mundo acreditando que minhas lentes eram as únicas certas, as únicas que realmente enxergavam.

Eu já corrigi quem não pedia correção.
Já impus verdades como se fossem absolutas.

Já confundi a segurança do que aprendi com a verdade sobre tudo.

E também me perdi a ponto de achar que eu sabia das coisas.

E eu não quero mais isso.


📌 A Diferença Entre Quem Pensa Que Sabe e Quem Descobriu Que Não Sabe

A diferença não está no quanto alguém estudou, viveu ou experienciou.

Não está no volume de informações acumuladas, no número de livros lidos ou nas discussões vencidas.

A diferença entre quem acha que sabe e quem descobriu que não sabe está na forma como encara o próximo instante.

  • Quem pensa que sabe, se posiciona para afirmar. Quem descobriu que não sabe, se posiciona para observar.
  • Quem pensa que sabe, busca respostas prontas. Quem descobriu que não sabe, busca melhores perguntas.
  • Quem pensa que sabe, interpreta o mundo a partir de si. Quem descobriu que não sabe, quer entender o mundo a partir do outro.

E, no fim, a pergunta que mais separa esses dois grupos não é “Quem sabe mais?”, mas “Quem ainda está disposto a aprender?”.


📌 O Pulo do Gato: O Que a Gente Não Percebe Sobre Isso?

Não percebemos que, quanto mais certezas temos, mais nos blindamos contra a realidade em movimento.

A gente não percebe que saber demais pode nos tornar cegos para o que realmente importa.

E sabe como isso acontece? Nos detalhes do cotidiano.

  • No “eu já sei como essa pessoa é” → Quando julgamos alguém por um único momento, uma única frase, um único erro, sem nos permitir ver o que existe além do recorte que fizemos.
  • No “isso sempre foi assim” → Quando seguimos padrões sem questioná-los, sem perguntar se ainda fazem sentido ou se só os repetimos por hábito.
  • No “é óbvio” → Quando assumimos que nossa forma de enxergar algo é universal, esquecendo que cada um carrega uma história, uma lente e um contexto que mudam completamente o que é ou não evidente.
  • No “eu jamais faria isso” → Como se a vida não tivesse ironia suficiente para nos colocar exatamente no lugar de quem julgamos um dia.

📌 O Perigo de Não Questionar as Próprias Certezas

O problema nunca foi saber pouco. O problema sempre foi achar que sabe o suficiente.

Porque quando acreditamos que já chegamos a alguma verdade definitiva, fechamos a porta para qualquer possibilidade de revisão.

E sabe o que acontece quando nos recusamos a revisar?

  • Continuamos machucando pessoas sem perceber. Porque achamos que nossa intenção vale mais do que o impacto das nossas palavras e atitudes.
  • Repetimos erros antigos como se fossem inevitáveis. Porque não olhamos para trás para perguntar se havia outra forma de fazer.
  • Nos tornamos caricaturas de nós mesmos. Porque quem não se permite mudar, cristaliza-se numa versão inacabada de si próprio.

Afinal, a verdade muda. O mundo muda.
Mas e se eu decidir não mudar junto?


📌 Em Que Lugar Você Está?

Se você já sabe tudo sobre o que é certo, sobre como os outros devem viver, sobre o que é aceitável e o que não é, talvez esse não seja o lugar para você.

Porque aqui, no CoHerência, não existe espaço para verdades absolutas.

Existe espaço para o questionamento. Para o aprendizado. Para a escuta.

Se perder não é o problema.

O problema é se perder a ponto de acreditar que já se encontrou completamente.

Então, eu escolho continuar aprendendo.
E você?


Tu pode caminhar por onde quiser. Mas se quiseres seguir a trilha como ela foi pensada, aqui, sempre encontrarás o próximo texto e o anterior.

< Voltar ao Blog CoHerência


Esta página pertence ao blog CoHerência.
Todos os direitos reservados.

Deixe um comentário