No Coreto

⏱️ Leitura de 2 minutos | ⚓ Pode provocar lágrimas, alívio e um “ufa, não sou só eu”


Falar dói. Calar também. Esse texto é pra quando a única coisa que tu consegue fazer… é subir no coreto e segurar o papel.

Um texto que começa como desabafo e termina como coragem. Escrito pra quem vive a dor do “quase desisti de tudo”, mas ainda está aqui. Com medo, mas está.


(Som de folhas secas no chão. A pracinha já foi ocupada por silêncios e bilhetes. Agora é noite. Luz amarelada. Alguém sobe os dois degraus de madeira do coreto. Tosse. Segura o papel. Lê:)

“Não vou mais fingir que não dói.
Dói.

Me esforço pra parecer leve, forte, resolvidx.

Mas a verdade?
Eu só tô tentando não sumir.”

(Alguém lá embaixo murmura “fala, fala mesmo”. A pessoa respira fundo, continua:)

“Fiquei com vergonha por muito tempo de estar cansadx.

Como se cansar fosse fraqueza.

Mas hoje eu percebi:
Quem sente, também cansa.
E tudo bem.”

(Uma salva de palmas tímida. Outra mais firme. A voz começa a ganhar corpo. Agora o coreto é dela.)

“Não é sobre ser exemplo. É sobre ser de verdade.

E a verdade é que eu quase desisti.
Mas tô aqui.

Com medo, mas tô.

E se tiver mais alguém sentindo parecido…
então a gente não tá tão sozinhx assim, né?”

Se esse texto for teu, lê de novo. Em voz alta, se quiser. Ou em silêncio, se for mais seguro. Tamo aqui. Com medo, mas tamo.


Pra quem tem algo entalado há muito tempo. Pra quem já pensou em desistir. E pra quem ainda não teve coragem de dizer: “tô aqui. Com medo, mas tô.”

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